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Revista Mundo Logística | Setor de condomínios logísticos
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Os condomínios logísticos surgiram para atenuar muitos dos gargalos logísticos presentes no País e deu tão certo que, mesmo diante da crise econômica, conseguiram manter a estabilidade de suas operações.

Anos depois dos primeiros projetos, a procura por essas construções deu um salto importante, uma vez que as empresas perceberam as vantagens de ter as suas operações logísticas mais próximas das zonas de distribuição e de consumo, mas longe de grandes centros urbanos, com seus intermináveis congestionamentos, e perto de áreas industriais, cujo acesso às principais rodovias é bem mais facilitado.

Muito se evoluiu e, nos últimos anos, mesmo com a queda das atividades econômicas, no Brasil, o setor se mostrou poderoso, ao absorver impactos em algumas regiões, sem deixar de ser visto pelas empresas como solução logística.

O mercado de condomínios logísticos ainda é relativamente pequeno, no Brasil, e representa somente 15% do estoque de galpões. De acordo com a pesquisa CBRE, existem, aproximadamente, 150 milhões de m2 em 11 Estados monitorados pela empresa e 15% desse espaço estão dentro de condomínios, um universo de 22 milhões de m2.
Entre as vantagens desse tipo de solução, estão a localização favorável, o rateio das despesas com áreas comuns, a segurança e os controles de acesso, além da utilização das áreas de apoio, que incluem salas de reunião e treinamento, restaurante e ambulatório, que, por si só, já representam uma sensível redução nos custos.
Sem contar as chamadas visibilidades comerciais, que flexibilizam as operações e suas expansões. Fernando Terra, diretor América Latina – Industrial e Logística da CBRE, faz uma análise macro do setor, no maior mercado brasileiro. “O mercado de São Paulo abarca algo em torno de 120 km, que abrangem a zona de influência do mercado consumidor, que compreende toda a grande São Paulo e toda a grande Campinas (até a terceira praça de pedágios). Nesse perímetro, estão 13 milhões de m2 de estoque (325 condomínios), o que equivale a 60% do mercado brasileiro.” RETROSPECTO E TENDÊNCIAS PARA O MERCADO DE CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS O diretor da CBRE afirma que algumas tendências já se mostram definidas e faz um breve retrospecto. “Temos dois pontos de vista: o da oferta e o da demanda.

Quanto à oferta (que compreende a produção desse tipo de condomínio, nos últimos 13 anos), dividimos esse período em quatro momentos. De 2005 e 2010, quando foram produzidos uma média de 450 mil m2 por ano; a partir de 2011, quando os grandes players chegaram (o volume anual quase foi triplicado, chegando a 1.250.000 m2 por ano). Nesse período, o setor foi impulsionado, principalmente, nas regiões próximas a São Paulo, nas margens do Rodoanel, Cajamar, Guarulhos, Embu e Jundiaí. Em 2014, veio a crise e, mesmo durante essa fase, até 2016, tivemos uma média de 1 milhão de m2 por ano, ainda uma média alta. De 2017 a 2018, essa média caiu para 300 mil m2. Foi uma freada brusca, não por falta de terreno, interesse ou de capital, mas por falta de viabilidade.” Quanto à demanda, Terra afirma que são utilizados dois índices para medir o que chama de absorções bruta e líquida. “Por exemplo, se temos uma empresa que ocupa um galpão de 10 mil m2 e ela muda aquela operação para 20 mil m2, a absorção bruta é 20 mil, porque ela alugou, mas a líquida acaba sendo de 10 mil m2, porque é o quanto cresceu a ocupação. A absorção bruta, por incrível que pareça, só aumentou depois da crise, em termos médios. Tínhamos uma média de 1 milhão de metros locados, entre 2005 e 2013 e, a partir de 2014, esse número cresceu 30%, em média, passando para 1,4 milhão de metros por ano. Isso se explica, devido à migração de localidade.” O diretor da CBRE lembra, ainda analisando os quatro momentos do mercado citados anteriormente, a questão da oferta. “Quando falamos da oferta (produção), tínhamos uma média, de 2005 a 2010, de 410 mil m2 por ano de absorção líquida, época de um mercado muito equilibrado, com vacância em torno de 6%. A partir de 2011, o crescimento econômico era bastante pujante e dobrou-se essa média anual para 870 mil m2.
A seguir, veio a crise, muitas empresas pararam de crescer e essa média caiu para 350 mil m2, abaixo até do que era antes do boom econômico, que vimos em 2011.
Em 2016, quase zeramos a absorção líquida, e o mercado cresceu, em média, 10 mil m2, naquele ano. Nos últimos dois anos, percebemos uma retomada, mesmo que ainda lenta, em que tivemos uma média de 500 mil m2, o que representa o crescimento da ocupação. Essa absorção líquida, comparada à oferta com o que é produzido e entra ano a ano, é o que regulará o preço. Em termos de vacância, saímos de uma média de 15%, em 2013, foi para 28%, no final de 2016 e, agora, recuamos para 23,5%.” Em uma breve retrospectiva dos últimos dois anos, Guilherme Aquino Costa, economista e head Leasing & Marketing da Autonomy Investimentos (Golgi), afirma que a companhia teve um crescimento, em área locável, de 143%, atingindo 232 mil m2. “Esse crescimento se deu nesse período com a entrega da segunda fase do Golgi Seropédica, da primeira fase do Golgi Duque de Caxias e por meio das aquisições do Golgi Betim e Golgi Contagem. Hoje, contamos com oito empreendimentos, totalizando 950 mil m2, em diferentes fases de desenvolvimento, tendo como área locável já entregue 230 mil m2, quatro em São Paulo (Mauá, Jundiaí, Dutra e Cajamar), dois no Rio de Janeiro (Seropédica e Duque de Caxias) e dois em Minas Gerais (Contagem e Betim).” O gerente Comercial da Newlog Empreendimentos Logísticos, Mario Saraiva, também faz um retrospecto dos dois últimos anos. “Em 2017/2018, sentimos o setor saindo da crise e percebemos que as empresas voltaram a movimentar os seus projetos de expansão, que estavam parados. Como mesmo no período de crise não paramos os nossos investimentos em melhorias de nossos empreendimentos, conseguimos montar uma estrutura apta a receber essas operações, oferecendo segurança e economia operacional.” Saraiva espera a estabilização do mercado, sem a intervenção política. “Nossa expectativa é que a economia se estabilize e se desvincule do cenário político, e que as empresas voltem a olhar para o Nordeste do País como nova fronteira de expansão de seus negócios. A Paraíba oferece uma conjunção de fatores geográficos, tributários e demográficos, que tornam o Estado muito atrativo e ponto focal da logística, para alcançar os demais Estados das regiões Norte e Nordeste do País.” Mauro Dias, presidente da Global Logistics Propertiers (GLP) Brasil, ressalta que a busca pela eficiência tecnológica continuará como uma tendência. “A automação da movimentação de produtos dentro dos galpões, por meio de robôs, já é mais que uma tendência, é uma realidade, inclusive no Brasil. As operações automatizadas fazem a logística mais eficiente para as empresas.” Dias esclarece que, no GLP Guarulhos, a automação já é um grande diferencial. “Lá, funciona o centro de distribuição da Riachuelo, no qual um robô de 18 m de altura é um dos responsáveis pela separação individualizada dos produtos para o envio às lojas. PRESENÇA DO E-COMMERCE E AMPLIADA NOS CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS Os condomínios logísticos estão, cada vez mais, comportando empresas que operam no e-commerce, e o mercado não para de crescer. As empresas desse setor buscam, principalmente, eficiência e localização estratégica para os seus centros de distribuição, possibilitando maior agilidade nas entregas, um fator que está diretamente ligado à satisfação do consumidor final.

O presidente da GLP Brasil descreve o mercado de condomínios logísticos como resiliente, no período de crise econômica, e aponta o e-commerce como importante alavancador. “O setor de galpões logísticos se mostrou mais resiliente, se comparado a outras classes de ativos imobiliários. Nos dois últimos anos, a GLP alcançou dois recordes seguidos, em área locada. Em 2017, foram 270 mil m2 locados, o que representou 25% do total de locações do mercado brasileiro no ano. Em 2018, mais uma vez, superamos a nossa marca histórica, com 423 mil m2, um crescimento de 56%, comparado a 2017. Os últimos anos têm comprovado a nossa tese de investimentos: existem muitas oportunidades para a melhoria da logística, no Brasil e, independentemente da performance da economia, as empresas continuam buscando ganhos de produtividade e eficiência.” De acordo com Dias, por operações mais eficientes, as empresas têm se dedicado à busca por instalações logísticas modernas, com soluções para obter ganhos de produtividade nas suas operações. “O e-commerce é o setor que mais impulsiona a demanda por instalações logísticas eficientes, no Brasil. Em 2016, tínhamos 19% de locações para o e-commerce, passamos para 22%, em 2017, e encerramos 2018 com 35% do nosso portfólio alugado para empresas que operam nesse tipo de comércio”, comemora. Márcio Siqueira, diretor de desenvolvimento da LOG Commercial Properties, analisa que, nos últimos dois anos, apesar da fraca atividade econômica que se teve no Brasil, a procura pelos condomínios logísticos da empresa aumentou, devido haver uma demanda reprimida e a procura por empreendimentos com boa qualidade e eficiência, além do aumento considerável do e-commerce. “O mercado, em geral, também teve uma maior absorção do estoque, apesar das poucas entregas de novos projetos, nos últimos dois anos.” Segundo Siqueira, a empresa conquistou grandes resultados, em 2018, como ser a primeira empresa do setor a ter as suas ações negociadas no Novo Mercado da B3, alcançando o maior nível de governança da bolsa de valores brasileira, além de importantes contratos com grandes empresas no mercado especulativo e alguns contratos de Built to Suit (BTS). “Para ilustrar melhor o nosso último ano, chegamos ao menor nível histórico de vacância, com 5,9% apenas. Além disso, a nossa absorção bruta total teve recorde de 372 mil m2 de Área Bruta Locável (ABL) e mais de 750 mil m2 de portfólio entregues”. O diretor de Locação da MBigucci, Marcelo Bigucci, afirma que a empresa ficou motivada, principalmente, por não ter havido distratos. “Nos dois condomínios que temos em operação (MBigucci Business Park Diadema e MBigucci Business Park São Bernardo do Campo, ambos em São Paulo) mantivemos o ritmo de locação, sem distratos, o que nos motivou um novo projeto de condomínio logístico na cidade de Santo André.” PERSPECTIVAS OTIMISTAS DO SETOR PARA 2019/2020 Para Terra, da CRBE, a perspectiva para o mercado de condomínios logísticos, para os próximos dois anos, é que a demanda continue em ritmo de crescimento. “Já tivemos 600 mil m2 de absorção líquida, em 2018, e podemos apostar em algo em torno de 700/800 mil m2 este ano, que é voltar aos patamares de 2011 a 2013.

Por outro lado, o novo estoque não tem como acelerar muito, uma vez que tem um prazo para a fabricação dos produtos. A expectativa para este ano é que seja abaixo de 1 milhão de m2, mas já será bem maior que no ano passado. Acreditamos que haja um equilíbrio entre o novo estoque e a absorção líquida, com tendência de queda da vacância. Vislumbramos um ano sadio para o mercado.” Ele ressalta a importância de analisar o mercado por segmentos. “Por exemplo, analisando um galpão de ótima qualidade, classe A, no mercado inteiro, em uma abrangência de 120 km, temos uma vacância de 20,5%.

São três pontos percentuais abaixo da vacância geral.” De acordo com Terra, com a chegada de um volume enorme, principalmente em 2011/2013, quando a empresa teve quase 4 milhões de m2 em três anos (o mercado quase que dobrou de tamanho), passou a segmentar o mercado em três grandes áreas, dependendo da distância do centro de São Paulo. O primeiro mercado está a até 30 km, o segundo mercado de 30 a 60 km e o terceiro, entre 60 e 120 km. “Utilizamos, para essa definição, a localização das praças de pedágios, fator importantíssimo para a logística. Assim, quando analisamos a vacância do primeiro mercado, verificamos que estamos na faixa dos 17,5%, contra 25% do segundo mercado e 31% do terceiro.” Em termos mais específicos, o diretor da CBRE dá um exemplo prático, cuja taxa de vacância de seu maior mercado individualmente, que é Cajamar, já está em 11%. “Esse é o mercado que mais tem demanda, visto que é o primeiro na Rodovia Anhanguera. Quando temos esse mercado, com 11% de vacância, onde há muita coisa em desenvolvimento, começamos a perceber uma recuperação de preços. Por isso, insisto na importância de analisar o mercado de forma segmentada ou por raios, porque fica claro que, em algumas regiões, a vacância parou de cair e está beirando um dígito, com preço médio, em São Paulo, com tendência de crescimento na faixa de 5%. Essa é uma pressão positiva, que vai se expandindo para as outras regiões, obviamente, se a recuperação da economia realmente se concretizar.” Mauricio Geoffroy, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bresco, faz um balanço do mercado, nos dois últimos anos. “Foi um período favorável aos locatários, que aproveitaram as oportunidades de locação de espaços novos e a qualidade por preços descontados.

No contexto da recessão econômica, o mercado logístico, como um todo, teve algumas movimentações importantes, mas a maioria motivada pelo flight-to-quality, em que os inquilinos decidiram relocar as suas operações para os empreendimentos mais modernos, eficientes, com melhor qualidade e por preços mais interessantes.
Com a facilidade e os benefícios da operação de sale & leaseback para a geração de caixa, as empresas impulsionaram grandes negócios para a Bresco, nos últimos anos, com clientes como o Grupo Pão de Açúcar, Whirlpool e DHL.” Geoffroy destaca que a empresa vê com otimismo a projeção do mercado logístico para os próximos anos.
“Esse aumento de ânimo das empresas pode ser sentido nos últimos meses de 2018, com a realização de algumas transações relevantes para o mercado de condomínios e galpões logísticos. Os investidores estrangeiros também enxergam os próximos anos como oportunidade de investimentos, no País, refletindo em uma melhora econômica como um todo. Como resultado, a Bresco Investimentos recebeu um importante aporte de um investidor internacional especializado em real estate, no final de 2018, o Jaguar Growth Partners.” No retrospecto do diretor da Fulwood, Fernando Pasmanik Schilis, muitas empresas passaram a desenvolver áreas construídas ociosas. “Isso aconteceu devido à retração da economia brasileira, nos últimos anos.

As empresas que optaram em carregar a área vaga procuraram renegociar os seus contratos ou, até mesmo, fazer uma realocação estratégica do local instalado e/ou consolidando várias operações em um único site, conseguindo, assim, reduzir os custos no valor de locação, mão de obra, transporte, energia e eficiência do prédio.” Segundo Schilis, apesar da retração, também foi um ano com grande número de transações. “Procuramos ser flexíveis nas negociações e apostar na parceria que temos com os nossos clientes. Em relação aos empreendimentos, procuramos enxugar os nossos custos e trazer diferenciais em nossas operações, para torná-las mais atrativas. Conseguimos reduzir a nossa vacância de 22% para 8%, entre 2017 e 2018.” Para 2019/2020, o diretor da Fulwood ;á percebe um otimismo. “Com a mudança do governo, sentimos, novamente, o otimismo das empresas e dos investidores.

Depois de anos, voltamos a sentir a constante procura por galpões para a instalação de novos negócios e empresas se preparando para aumentar a capacidade de armazenagem.

Os lançamentos de novos projetos foram postergados para esse período e notamos que a disponibilidade de bons galpões está cada dia menor, em um raio de 100 km da cidade de São Paulo e, consequentemente, o valor de locação deverá retornar ao patamar de anos anteriores à crise.” Ele avalia que os empreendimentos com melhor acesso, eficiência e custos operacionais devem ser os primeiros a se beneficiar desse novo cenário econômico.

“Acreditamos que 2019 será um ano de retomada da economia e de muitos desafios para serem superados. Nosso setor contribuirá de forma significativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.” O mesmo otimismo é celebrado por Dias, da GLP Brasil. “Com o recorde de locações do ano passado, a nossa taxa de locação do portfólio estabilizado saltou de 92% para 94,27%. Com isso, alcançamos uma taxa de vacância de menos de 6%, contra uma média de 23% do mercado. Continuamos confiantes para 2019.” Compartilha do mesmo sentimento o executivo da Golgi. “O ano de 2019 promete ser de retomada econômica para o País. A nossa expectativa é positiva. Enxergamos uma melhora no segmento e o mercado de logística tende a acelerar, com os sinais de recuperação da economia. Pretendemos entregar mais 120 mil m2, nos empreendimentos Golgi Jundiaí e Golgi Dutra, este ano e, em 2020, iniciar as obras de novas fases nos empreendimentos que possuímos. Esse cenário é o que motiva a Golgi a continuar investindo no Brasil. Pretendemos efetuar de três a quatro aquisições, em 2019, de áreas para o desenvolvimento ou imóveis já alugados em localizações estratégicas”, prospecta Costa.

De acordo com Siqueira, o otimismo na recuperação econômica brasileira, para 2019 e 2020, é grande. “Especialmente para nós, da LOG Commercial Properties, que estamos passando por um momento extremamente satisfatório, com a taxa de vacância abaixo de 6%. Temos a expectativa de um crescimento robusto para os próximos anos e possuímos uma estrutura e um time prontos para produzir 300 mil m2 de ABL por ano.” Para o diretor da LOG Commercial Properties, a listagem de ações na B3 foi um passo importante e haverá uma nova capitalização, este ano, que contribuirá para expandir os parques da empresa e ir em busca de novos negócios. “O nosso portfólio, de aproximadamente 1,5 milhão de m\ permite-nos expandir de forma ágil, pois grande parte dele já está com o projeto aprovado ou em fase final de aprovação. Além do portfólio que já temos ‘dentro de casa’, pretendemos focar em novos empreendimentos pelo País, tendo várias cidades já mapeadas para os investimentos, geralmente com população de aproximadamente 500 mil habitantes. Ao longo de 2019, teremos cerca de 130 mil m2 de ABL entregues, que já estão em desenvolvimento em vários projetos.” Não tão otimista quanto ao biênio passado, Marino Mário da Silva, diretor-presidente da Retha Imóveis, tem boas perspectivas para os próximos dois anos. “Os dois últimos anos foram difíceis, com muita vacância.

Contudo, para 2019/2020, vislumbramos um cenário promissor. A recuperação já está ocorrendo, pois sentimos uma melhora na procura por novos espaços, desde dezembro do ano passado, e tem se mantido assim.

A expectativa é que, com os espaços vagos sendo ocupados, novos projetos sairão do papel.” PROJETOS SUSTENTÁVEIS PARA ATENDER UM MERCADO EM CRESCIMENTO E MAIS ENGAJADO NAS BOAS PRÁTICAS Terra lembra que a CBRE já estava com o olhar voltado ao setor logístico e visando criar uma área específica para esse negócio. “Como empresa de consultoria imobiliária, contamos, atualmente, com 30 profissionais específicos para esse setor e estamos contratando mais, porque realmente é uma área em que vislumbramos grandes oportunidades, principalmente, com a transformação do varejo e comércio eletrônico. Mesmo durante a crise, o mercado de condomínios logísticos não parou de crescer e essa retomada, em um cenário com mais de 200 milhões de habitantes, mais de 130 milhões no mercado de consumo, traz-nos boas perspectivas de que esse setor continuará crescendo.” Segundo o diretor da CBRE, no Brasil e no mundo, é grande o interesse de investidores nesse mercado logístico, devido às características peculiares já elencadas. É um negócio menos suscetível às ameaças do que na economia moderna, com mais e mais pessoas comprando online e com maior mobilidade. “É fato que os sistemas de armazenagem continuarão sendo necessários, em maior ou menor escala, mas, talvez, tenhamos um crescimento de galpões dentro da cidade, para entregar cada vez mais rápido. Tudo isso corrobora para o crescimento do setor e nós estamos investindo fortemente nessa área.” Em termos de tecnologias construtivas, Terra afirma que o Brasil está na vanguarda, com relação às especificações.

“Os grandes que constroem no País empregam o mesmo em seus projetos no exterior. O mercado aderiu e virou um padrão. A tecnologia vai sendo empregada, como a iluminação com lâmpadas de LED para economizar energia, painéis fotovoltaicos para que o condomínio possa gerar energia e reúso de água, até a tendência de o condomínio estar preparado para o futuro, no sentido de comportar caminhões elétricos.” Geoffroy enfatiza que a Bresco permanece priorizando o desenvolvimento de condomínios logísticos e de uso misto pelo Brasil. “Destaco o Parque Corporativo Bresco Viracopos, empreendimento de uso misto, localizado em Campinas, com 420 mil m2 de potencial construtivo, dos quais já estão em operação a Jon Deere, Azul, FCA, GOLLOG, Embraer e Benteler, bem como o Bresco Itupeva II, com 85 mil m2 em galpão único a ser construído (podendo atender a uma demanda de built to suit), vizinho ao hub Natura; o Bresco Itupeva alugado a Reckitt Benckiser e Bignardi Papéis, e o Bresco Contagem, condomínio logístico que já conta com as operações do Carrefour, Magazine Luiza e Coty. Ainda há espaços prontos para a locação e área para o desenvolvimento built to suit” O diretor da Bresco ressalta que a sustentabilidade e o bem-estar dos usuários são características que estão sendo implementadas em todos os projetos desenvolvidos pela empresa. “Com diversos empreendimentos certificados ou em processo de certificação Leadership in Energy and Environmental Design ((LEED) ou Liderança em Energia e Design Ambiental, em tradução livre), mantemos no Parque Corporativo Viracopos, em Campinas, um terreno com 1 milhão de m2, que reúne prédios de escritório, centros de treinamento, galpões para logística, indústria leve e tecnologia, além de um hotel da rede Ramada, uma de suas iniciativas mais inovadoras. Mantemos, também, usina de energia solar, estação de tratamento de esgoto, com uso de membranas ultra filtrantes, o que permite a utilização de todo o esgoto tratado como água de reúso, destinada ã irrigação de praças, fornecimento aos imóveis do empreendimento e ao posto para o abastecimento de carros elétricos, além do programa de controle da fauna e flora da região. O galpão G1 Viracopos, também localizado dentro do Parque Corporativo e disponível para a locação, acaba de receber a certificação nível ouro LEED e também possui uma usina de painéis fotovoltaicos na sua cobertura.” Schilis comemora o início da construção de um novo condomínio da Fulwood em Extrema, Minas Gerais. “O município tem grandes demandas de áreas, devido a incentivos fiscais e à proximidade da cidade de São Paulo.

Construiremos 150 mil m2 e investiremos mais de 300 milhões e, consequentemente, serão gerados mais de 2.000 empregos. Estamos em negociação com empresas com interesse na construção de novas plantas industriais e centros logísticos.” O diretor da Fulwood acrescenta que a tecnologia tem um papel preponderante nesse projeto. “Novas tecnologias em iluminação, conforto térmico, redução de consumo de energia elétrica, instalação de painéis fotovoltaicos, reaproveitamento de águas de chuvas, utilização cada vez maior de estruturas metálicas como forma de reduzir o prazo de entrega da obra e automação do setor de utilidades dos prédios vêm sendo amplamente utilizadas pela companhia.” Ele ressalta, ainda, a importante característica que vem sendo implantada nos novos condomínios. “Hoje, os novos projetos estão contando com uma taxa de eficiência de, pelo menos, 90% e isso significa que cerca de 90% da área construída será aproveitada pelo ocupante, maximizando a utilização de toda a cubagem do prédio.” Schilis conta que os prédios possuem uma estrutura otimizada para atender ao ocupante, como galpões cross-docking, iluminação LED e zenital, isolamento termoacústico, portaria blindada com eclusas e garra de tigre, sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV), sonorização, alarme de intrusão e controle de acesso, sprinklers, caixas dagua com células separadas, água pluvial para uso das áreas verdes, bem como sistema de reaproveitamento das águas, nivelador de doca, vagas para carretas e veículos, estacionamento para carros elétricos, com sistema de recarga, apoio para o motorista no lado externo no estacionamento e gerador na área comum.
Os investimentos constantes também estão no foco da GLP Brasil. “Nos últimos meses, adquirimos 2 milhões de m2 de terrenos com potencial construtivo de 636 mil m2, que serão desenvolvidos ao longo dos próximos anos. Durante 2019, continuaremos investindo, crescendo e entregando soluções logísticas eficientes, que contribuam com o crescimento dos negócios dos nossos clientes”, afirma Dias.

De acordo com o presidente da GLP Brasil, as ações de sustentabilidade aplicadas nos condomínios também auxiliam na redução de custos. “A iluminação natural, que atende até 100% da necessidade de iluminação, operando com as luzes desligadas, as lâmpadas LED, mais econômicas e que podem reduzir em até 70% dos gastos com energia, e o reúso de água, que gera até 40% de economia no consumo, são alguns dos principais exemplos.” Siqueira prospecta que, ainda em 2019, será entregue a primeira fase do Parque Industrial Betim, que se trata de um moderno complexo logístico, com localização estratégica e área total de cerca de 6 milhões de m2. “Ainda este ano, entregaremos uma de suas maiores obras de built to suit, com um total de, aproximadamente, 70 mil m2, para uma empresa do segmento de e-commerce, toda adaptada para receber um dos maiores sistemas de automação do segmento, no mundo.” O diretor da LOG Commercial Properties enfatiza que esse galpão será um dos primeiros do País a possuir esse tipo de tecnologia. Além disso, todos os diferenciais, como LED, sprinklers, pisos industriais nivelados a laser e outros, continuarão sendo entregues nos projetos realizados pela LOG no padrão triple A. “Desde janeiro deste ano, assumimos toda a administração dos condomínios.

Assim, a maior proximidade com os clientes e o trabalho integrado fazem parte de uma nova estratégia da empresa, sem fugir da busca pelo melhor serviço, com o menor custo possível.” Bigucci projeta a conclusão do novo complexo da MBigucci, que será construído em Santo André, na grande São Paulo. “Estamos em fase final de aprovação junto à prefeitura para o MBigucci Business Park Santo André, um grande centro logístico, que será construído em uma área de 110 mil m2. A expectativa é iniciar as obras ainda em 2019. Serão 45 galpões modulares de 1.000 m2 até 53 mil m2 para a locação. O objetivo é atender indústrias e empresas de diversos segmentos. Também há a possibilidade de BTS.” Segundo o diretor da MBigucci, esse será o maior condomínio industrial já construído pela empresa até o momento. “Os galpões, em sistema pré-moldado, contarão com pé-direito de 12 m, piso com alta resistência para 6 ton/m2, além de portaria com clausura blindada, CFTV, segurança 24 horas e controle de acesso. Estão previstos estacionamentos interno e externo para carros, caminhões, carretas e ônibus.” Bigucci acrescenta que a construção também atenderá a um programa de responsabilidade ambiental.

“Trata-se do Big Vida, com sistema de ventilação e iluminação natural, sistema de retenção, escoamento e drenagem de água pluvial, bem como sistema de tratamento de esgoto, piso intertravado, lixeira seletiva de lixo, plantio de árvores, torneiras com temporizadores e respeito à taxa de permeabilidade do solo. O projeto prevê, ainda, restaurante com cozinha industrial e área verde de convivência para os funcionários.” Para Silva, a meta, agora, é aprimorar a eficiência energética da Retha Imóveis. “O nosso projeto, para os próximos anos, é aprimorar os nossos serviços em eficiência energética, criando uma plataforma para auxiliar os nossos clientes a comprar e contratar energia de forma mais inteligente, produtiva e com custos baixos.” Saraiva ressalta que a Newlog continuará investindo na melhoria da estrutura e dos serviços oferecidos em seus empreendimentos. “Optamos por acompanhar e investir em crescimento tecnológico, visando à relação custo-benefício, otimizando o tempo da cadeia produtiva e possibilitando uma gestão mais eficiente.” O gerente Comercial da Newlog explica que, nos empreendimentos da empresa, de forma renovada, são implantadas a tecnologia e a profissionalização da equipe, com o uso de sistemas customizados para as construções e operações. “Com dois empreendimentos em operação na grande João Pessoa, oferecemos soluções capazes de atender à demanda por galpões de padrão AA para operações logísticas complexas, bem como galpões mais simples, quando é necessário alcançar muita eficiência operacional, com baixo custo de ocupação.” O que se constata é que o mercado de condomínios logísticos, diante da crise que comprometeu grande parte das atividades econômicas do País, manteve-se estável. Não cessou os investimentos em tecnologia e pessoas, e ampliou a oferta de serviços, mesmo para as operações logísticas mais complexas e específicas. O setor chega com fôlego para crescer e encontra no e-commerce um grande aliado para alçar voos mais altos. Essa meta de crescimento passa, obrigatoriamente, pela oferta de equipamentos mais sustentáveis e com forte apelo ecológico. O consumidor torce e agradece.

Fonte: Revista Mundo Logística

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