A retomada do mercado de galpões das classes A+ e A, no Estado de São Paulo, começou no segundo trimestre e tende a ganhar força daqui para frente, na avaliação do presidente da consultoria Sistema de Informação Imobiliária Latino-Americana (Siila), Giancarlo Nicastro. A absorção líquida – diferença entre contratações e devoluções de áreas em condomínios industriais e logísticos chegou a 210 mil metros quadrados, mais do que o dobro dos 122 mil metros quadrados do primeiro trimestre.
A taxa de vacância caiu de 19,5%, em março, para 18,4% em junho, em São Paulo, menor patamar desde que a Siila começou a monitorar o mercado, em 2015. Embora vacância esteja em queda, o patamar ainda é considerado elevado, o que dificulta a recuperação de preços de locação. Altas de valores começaram a ocorrer em Cajamar, Guarulhos e no Grande ABC, segundo o executivo, mas os preços ainda estão estagnados na média do Estado. “Em algumas regiões, os proprietários ainda têm de oferecer concessões”, diz Nicastro.
Nos últimos anos, as entregas de condomínios industriais e logísticos caiu no Estado. Levantamento da Siila aponta que, em 2016, novo estoque de 709 mil metros quadrados entrou no mercado, número que caiu para 258, mil metros quadrados, em 2017, e para 183,4 mil metros quadrados em 2018.
Para este ano, estão previstos 787, 2 mil metros quadrados em São Paulo, dos quais 215,2 mil metros quadrados já foram entregues. O Mercado Livre ocupou 111,7 mil metros quadrados de galpão da Global Logistic Properties (GLP) em Cajamar. O aumento da demanda por áreas por parte de empresas de comércio eletrônico têm contribuído, fortemente, para o aquecimento do segmento.
Na ponta da oferta, Nicastro destaca o aumento do interesse de fundos de investimento imobiliário (FIIs) por galpões, pois os investimentos em propriedades para renda por meio do aluguel se tornam mais interessantes em um cenário de queda da taxa de juros. A procura dos fundos por esses ativos sinaliza, segundo o executivo, perspectiva de aumento dos preços de locação, o que contribui para estimular as contratações de áreas.
Fora do Estado de São Paulo, onde as vacâncias são maiores, a melhora do mercado de galpões tende a ocorrer a partir do fim do próximo ano, no entendimento do presidente da Siila. O volume nacional de entregas previsto para 2019 é de um milhão de metros quadrados. No Estado do Rio de Janeiro, houve absorção líquida de 11,2 mil metros quadrados para imóveis das classes A+ e A.
Nicastro ressalta que a surpresa do trimestre, em outros mercados, foi a absorção líquida de 53,6 mil metros quadrados de alto padrão no Ceará, com destaque para a ocupação de 25,3 mil metros quadrados pela Magazine Luiza, 10,3 mil metros quadrados pela Raia Drogasil e 10,3 mil metros quadrados pela Avon em empreendimento da Log Commercial Properties.
Em relação ao mercado de escritórios corporativos de alto padrão nas principais regiões da cidade de São Paulo, a absorção líquida chegou a 63,5 mil metros quadrados, no segundo semestre, melhor desempenho desde o fim de 2017, de acordo com a Siila. ” Cada vez mais, o mercado está melhor para os proprietários”, diz Nicastro.
Fonte: Valor Econômico
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