O Comitê de Real Estate da Abralog recebeu neste mês Rômulo Otoni, Diretor de Operações da GLP Brasil, para mostrar sua visão sobre como os critérios ESG (ambiental, social e de governança) estão transformando o setor imobiliário logístico. Durante o encontro, o executivo apresentou dados, experiências e desafios que a GLP Brasil, associada da Abralog, tem enfrentado na incorporação dessas práticas em seus empreendimentos.
A forma de desenvolver e operar empreendimentos logísticos passou por transformações significativas nos últimos anos. Segundo Rômulo, iniciativas ESG deixaram de ser um diferencial competitivo e se tornaram um padrão do mercado. “Um levantamento da Jones Lang LaSalle aponta que galpões certificados por sua performance sustentável no Brasil apresentam taxa de vacância de 5,5% enquanto os empreendimentos sem certificação registram 10,4%, ou seja, quase o dobro de vacância”, compara.
No pilar ambiental, a GLP Brasil concentra seus esforços em quatro frentes principais: eficiência energética, eficiência hídrica, gestão de resíduos e redução de gases de efeito estufa. “Em geral, esses princípios são incorporados desde a fase de concepção dos projetos da empresa, proporcionando soluções mais eficientes e agregando valor aos ativos”, diz Rômulo.
Entre as iniciativas citadas, estão o aproveitamento de iluminação natural, instalação de luminárias LED e o fornecimento de energia 100% renovável por meio do mercado livre. “Essas práticas ajudam a impulsionar a eficiência energética, bem como a gerar economia de custos operacionais para nossos clientes”, enfatiza.
Para apoiar a eficiência hídrica, a empresa utiliza dispositivos redutores de consumo em torneiras e vasos sanitários nos empreendimentos, além do reaproveitamento de água por meio de estações de tratamento.
Ainda no pilar ambiental, a GLP Brasil realiza avaliações técnicas de seus empreendimentos, conhecidas como TBAs (Technical Building Assessments), para fornecer um diagnóstico detalhado das condições operacionais, estruturais e de eficiência energética dos edifícios. Essa análise permite à empresa identificar oportunidades de melhorias sustentáveis, como a modernização de sistemas, otimização do consumo de recursos naturais e adoção de práticas mais eficientes.
No aspecto social, o executivo aponta a importância de olhar para além dos limites da empresa, como o impacto positivo nas comunidades vizinhas aos empreendimentos e o bem-estar dos usuários dos parques logísticos, promovendo melhorias em espaços comuns como refeitórios e áreas de descanso.
Quanto à governança corporativa, duas frentes importantes são ressaltadas: segurança cibernética e ética nos negócios. “Com a crescente digitalização dos dados, as empresas tornam-se mais expostas a riscos cibernéticos, portanto aplicamos medidas de proteção cada vez mais robustas. Além disso, temos como compromisso manter os mais altos padrões éticos e de conformidade legal”, complementa.
O executivo enfatiza que os princípios ESG incorporam os processos de operação da empresa. “Desde a due diligence para aquisição de terrenos até a certificação LEED dos empreendimentos, buscamos assegurar que cada projeto gere valor, mitigue riscos e contribua para o fortalecimento da reputação da marca.”
Para Rômulo, mais do que acompanhar uma tendência, ESG é um fator-chave para a longevidade e a competitividade dos negócios no setor logístico.