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INOVAÇÃO NA LOGÍSTICA PERMEOU A INTERMODAL SOUTH AMERICA 2018
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“O crescimento do e-commerce no Brasil está diretamente relacionado com as inovações que o segmento de logística expressa precisa implementar. Isso é que apontam players do segmento, como Fabien Mendez, CEO da Loggi, empresa especializada em entregas rápidas. “A venda do varejo por e-commerce no país é de 3%, enquanto na China já é de 20%. O foco principal dessa estratégia é planejar com foco na experiência do usuário”, aponta.

Mendez quer que a Loggi seja catalisadora dessa tendência de entregas rápidas no Brasil. O CEO proferiu palestra durante a XXI Conferência Nacional de Logística (CNL), organizada pela Associação Brasileira de Logística (Abralog) durante a Intermodal South America 2018. Para confirmar a tendência de a logística expressa ser fator estratégico para o sucesso de um negócio no ambiente digital, Mendez apresenta outro dado: “Uma pesquisa da McKinsey & Company revela que se um e-commerce oferecer uma entrega same-day e next-day por uma taxa de 7%, 50% dos consumidores escolheriam essa opção”.

A inovação tecnológica também impactará positivamente o promissor segmento de condomínios logísticos no Brasil. Carlos Corsini, responsável pelo Gerenciamento de Propriedades, Gestão de Projetos e Obras da Col-liers, destaca algumas iniciativas que já são realidade no segmento, como o reuso da água e instalação de placas fotovoltaicas para diminuir gastos. “O impacto será maior na segurança, que hoje representa 45% do total dos custos condominiais, com a implantação de vistoria e segurança com drone, biometria, reconhecimento facial e telemetria”, ressalta.

0 setor de condomínios logísticos está em crescimento no país. Segundo Abiner Oliveira, diretor de Indústria e Logística da NAI Brazil, só em 2017 foram fechados o equivalente a R$ 1 bilhão em contratos de locação, o que mostra o potencial do setor. “Só em 2018 já são 13,8 milhões de metros quadrados de estoque ocupados”, frisa.

Outra empresa do segmento, a GLP, apresentou na Intermodal South America a calculadora de eficiência logística. 0 dispositivo mostra como otimizar a relação cus-to-benefício para o cliente na locação de galpões logísticos. 0 objetivo é chamar a atenção para alguns fatores importantes durante a escolha de um empreendimento. A calculadora, que foi desenvolvida na versão física e na versão digital, traz cinco funções que permitem uma análise da área de armazenagem que vai além do valor do metro quadrado da locação.

CABOTAGEM COMPETITIVA

A principal proposta de valor da cabotagem é a de oferecer uma solução intermodal para os clientes, destaca a gerente de Produtos Cabotagem & Mercosul da Aliança Navegação e Logística, Isabelle Paperini. “Nos nossos projetos, trabalhamos em conexão com o transportador rodoviário, autoridades e terminais portuários. Esta é a vantagem competitiva da cabotagem: um processo multimodal gerenciado por uma única empresa”.

A Aliança lançou, durante a Intermodal South America, o Portal da Cabotagem 2.0. Pelo portal, o cliente pode acompanhar uma proposta comercial, o momento em que o booking foi realizado, quando a carga foi coletada, a previsão de chegada, desembarque e agendamento da entrega. “Oferecemos, por exemplo, a programação de navios de forma ágil. Se uma empresa precisa entregar uma carga para o Dia das Mães em Manaus, é possível consultar quais as próximas embarcações agendadas no período pesquisado”, explica Isabelle Paperini.

ESTUDO DE MERCADO

O Porto do Itaqui, do Maranhão, apresentou estudos sobre o mercado de contêineres durante coletiva de imprensa na 24a edição da Intermodal South America. O documento conceituai e logístico das áreas de influência do corredor de transporte e integração sul-norte do Maranhão e do Porto do Itaqui aponta potencial de movimentação de 120 mil TEUs em 2020.

O estudo selecionou 25 produtos estratégicos de maior relevância para a área de influência da região e mapeou sua movimentação de cargas atual e futura. A partir dessas análises foi identificado o potencial de movimentação de cargas de cada trecho do corredor, totalizando um potencial de movimentação de carga de 7,2 milhões de toneladas até 2020 e de 8,9 milhões de toneladas até 2030.

No que se refere ao mercado de contêineres, o estudo apontou que os principais estados de origem e destino dos contêineres movimentados pelo Itaqui são o Maranhão, Goiás, Pará e Tocantins. Juntos, eles representam 89,6% da movimentação potencial no ano de 2020, estimada em 120 mil TEUs, podendo atingir 162,0 mil TEUs em 2030. De acordo com o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora do Porto do Itaqui, Jailson Luz, a iniciativa teve como objetivo exemplificar o potencial do complexo portuário. “Trazendo cada vez mais cargas, conseguimos aumentar a competitividade do Porto do Itaqui”, finaliza.

SEGURANÇA JURÍDICA

Segurança jurídica para que os portos brasileiros sejam competitivos e antenados com as melhores práticas do setor executadas no mundo. Este é um objetivo que pode ser alcançado com o Decreto 9.048, o chamado Decreto dos Portos, segundo especialistas e players do segmento. O que pesa contra é o fato de a legislação, que foi assinada pelo presidente Michel Temer no ano passado, após 40 reuniões realizadas entre governo e lideranças, ter sido arrastada para o meio dos extremismos que dominam o debate político atualmente.

“É um grande avanço”, afirma Willen Mantelli, ex-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), em participação na 24a edição da Intermodal South America. “Simplificou os procedimentos tanto dos terminais públicos como privados. Desde a implantação, cerca de 60 projetos de melhorias em complexos foram apresentados, mas há um julgamento negativo precipitado sobre o decreto, em virtude do ambiente político. Há muitos terminais sérios querendo investir”.

Para o advogado especialista em direito portuário Matheus Miller, o decreto é um instrumento técnico que finalmente adota as práticas que os melhores portos do mundo utilizam. “Uma grande evolução é a possibilidade de arrendamentos com prorrogações sucessivas a critério do poder concedente, com base na análise do momento. Isso proporciona maior flexibilidade e segurança jurídica para que os terminais façam investimentos”, explica.

O presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem (Frenlog), senador Wellington Fagundes (PR-MT), vai mais longe e destaca que grandes negócios já estão sendo firmados em virtude da segurança jurídica proporcionada pelo Decreto dos Portos. “Um deles é a compra de 90% da TCP por uma empresa chinesa (Merchants Port Holdings Co Ltd). Isso só aconteceu porque há um ambiente de segurança jurídica no segmento”, afirmou durante a Intermodal South America.

NOVOS NEGÓCIOS

A 24a edição da Intermodal South America marcou a estreia de muitas empresas que buscam destaque neste competitivo setor da logística. O 3P – Porto Pontal Paraná e Porto de Porto Velho, de Rondônia, são dois exemplos. “O resultado foi excelente. Pudemos mostrar que no Brasil há transporte pluvial de qualidade e não só marítimo. Precisamos mudar essa cultura”, afirmou o coordenador de Gestão Portuária do Porto Público de Porto Velho, Edemir Monteiro Brasil. No complexo são transportados, por ano, cerca de 14 milhões de toneladas de cargas como soja, milho, adubo fertilizante, e carne bovina.

Outra estreante é a 3P – Porto Pontal Paraná, a nova marca do Porto Pontal. A nova identidade visual da empresa foi lançada durante a Intermodal South America e marca o início do processo de instalação do empreendimento, que já tem data para inaugurar: 5 de maio de 2020. “Além de lançarmos a nova marca, apresentamos detalhes do nosso projeto aos principais players do mercado para mostrar o potencial de logística portuária que o Paraná terá a partir da nossa operação, pois seremos o porto com a maior profundidade de navegação do Sul do Brasil”, destaca Patrício Júnior, presidente do porto.

As obras de instalação do 3P deverão ser iniciadas nos próximos meses. Com investimentos de mais de R$ 1,5 bilhão, o 3P – Porto Pontal Paraná vai ocupar um espaço de mais de 600 mil metros quadrados na nova zona portuária de Pontal do Paraná. 0 empreendimento também contará com uma das maiores áreas de depósito de con-têineres do país, com cerca de 450 mil metros quadrados, gerando 1.500 empregos diretos na operação plena, além de aproximadamente cinco mil empregos indiretos.

Quem também trouxe novidades para essa edição foi o complexo industrial portuário privado Porto Central, que fica localizado em Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo. 0 diretor presidente da empresa, José Maria Novaes, anunciou que o Ibama acaba de emitir a licença de instalação, o último documento que faltava para o início da construção das primeiras instalações. 0 Porto Central tem previsão de término em até quatro anos.

0 projeto será responsável por construir a infraestrutura portuária básica, como um canal de acesso de 25 metros de profundidade, quebra-mar, cais e vias de acessos internos. Os terminais terão uma área de 2.000 hectares para construir e operar suas atividades. “0 objetivo do projeto é que o Porto possa receber os maiores navios do mundo que atendem as principais rotas comerciais globais”, completou Novaes. Essa primeira etapa envolve um investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões.

Em 2019, a Intermodal South America comemorará seus 25 anos de existência. A edição que irá celebrar o jubileu de prata do evento acontecerá de 19 a 21 de março, no São Paulo Expo.

Fonte: Informativo dos Portos

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